terça-feira, 21 de abril de 2009

SEMINÁRIO DA EDUCAÇÃO - OPOSIÇÃO AO SINTE RN

ADAPTAÇÃO DOS SINDICATOS AO ESTADO BURGUÊS

CORRENTE REVOLUCIONÁRIA

Na questão sindical, destacamos a atualização do marxismo através de fragmentos de um texto de Trotsky, que coloca de forma conceitual a adaptação e degeneração dos sindicatos, como parte da decadência do sistema de produção capitalista.
OS SINDICATOS na ÉPOCA da DECADÊNCIA IMPERIALISTA
“Há uma característica comum no desenvolvimento ou, para sermos mais exatos, na degeneração das modernas organizações sindicais de todo o mundo; sua aproximação e sua vinculação cada vez mais estreitas com o poder estatal. Esse processo é igualmente característico dos sindicatos neutros, social-democratas, comunistas e anarquistas. Somente este fato demonstra que a tendência a “estreitar vínculos” não é própria dessa ou daquela doutrina, mas provém de condições sociais comuns a todos os sindicatos”.
“Os burocratas fazem todo o possível, em palavras e nos fatos para demonstrar ao estado “democrático” até que ponto são indispensáveis e dignos de confiança em tempos de paz e, especialmente em tempos de guerra”.
PALAVRAS DE ORDEM PELA INDEPENDÊNCIA DOS SINDICATOS
“À primeira vista, poder-se-ia deduzir do que foi dito que os sindicatos deixam de existir enquanto tal na época imperialista. Quase não dão espaço à democracia operária que, nos bons tempos em reinava o livre comércio, constituía a essência da vida interna das organizações operária. A primeira palavra de ordem dessa luta é: Independência total e incondicional dos sindicatos em relação ao Estado capitalista. A segunda é: democracia sindical”.
“Em outras palavras, os sindicatos de nosso tempo podem ou servir como ferramentas secundárias do capitalismo imperialista para subornar e disciplinar os operários e para impedir a revolução ou, ao contrário, transformar-se nas ferramentas do movimento revolucionário do proletariado.”
“A neutralidade dos sindicatos é total e irreversivelmente coisa do passado. Desapareceu junto com a livre democracia burguesa”.
NECESSIDADE DO TRABALHO DENTRO DOS SINDICATOS
“De tudo que foi dito, depreende-se claramente que, apesar da degeneração progressiva dos sindicatos e de seus vínculos cada vez mais estreitos com o Estado imperialista, o trabalho neles não só não perdeu sua importância, como é ainda maior para todo partido revolucionário. Trata-se essencialmente de lutar para ganhar influência sobre a classe operária. Toda organização, todo partido, toda fração que se permita ter uma posição ultimatista com respeito aos sindicatos, o que implica voltar as costas à classe operária, somente por não estar de acordo com sua organização, está destinada a acabar. E é bom frisar que merece acabar.” (1978: 101- 104)
É nesta caracterização de sindicato de Trotsky que nós analisamos o papel dos sindicatos e de suas direções em amortecer as lutas sindicais e se adaptarem ao Estado e governos capitalistas, trazendo para o movimento sindical a defesa das políticas dos governos. Suas relações com os governos e Estados tornam-se tão estreitas que diretores dos sindicatos e Centrais sindicais assumem cargos nestes . Temos como exemplos : A CUT, CTB, CNTE e Sinte e outros sindicatos.
Outro elemento fundamental, dessa degeneração é o comportamento das direções sindicais que se ausentam completamente da base da categoria, seus pensamentos e ações são iguais aos do governo e implementam no sindicato política burguesa: Tomamos como exemplo o Sinte: primeiro, usam todo o aparato sindical para se perpetuarem no poder, através de manipulações burocráticas nas assembléias, terminando as greves à revelia da categoria; fraudando as eleições sindicais.
Na questão financeira é a mesma política governamental. O que levou a categoria em assembléia de setembro/08 recusar por l40 x80 votos a prestação de contas do exercício/07. A direção em uma postura antidemocrática, convocou uma assembléia somente com parte de algumas regionais(sem mobilizar em Natal), aprovando a fraudada “prestação de contas”. Os números dos boletins financeiros são verdadeiros escândalos: serviços terceirizados levam um montante de dinheiro, as assessorias são verdadeiras empresas destinadas muitos recursos, sem ter um bom serviço prestado a categoria(jurídico e comunicação). Enfim, os dirigentes tornaram-se parasitas sindicais que se sustentam financeiramente e politicamente desse círculo vicioso de degeneração sindical, que os torna pelegos de carteirinha.
O SINDICATO QUE NOS PROPOMOS A CONSTRUIR:
Dadas as condições conjunturais adversas aos trabalhadores, um sindicato que atenda e responda as questões políticas e sindicais terá que primeiro: ter independência de classe frente aos governos e ao Estado capitalista, encaminhar a luta da classe com os métodos próprios desta: mobilização, greves, piquetes, ocupações e outros, ser solidário a luta de toda classe trabalhadora, por exemplo; apoiar outras greves, as lutas estudantis, camponesas e abrir o sindicato para toda a classe oprimida. E o segundo ponto será a democracia operária, instrumento que permitirá a livre expressão de pensamento e garantirá a igualdade ideológica em todas as instâncias deliberativas do sindicato.
Acreditamos que é possível romper com este sindicalismo fracassado e implementado pela direção do Sinte. As últimas greves do Estado e município, demonstraram que a categoria rejeita essa política e avançou na construção da consciência da Oposição à direção do Sinte, com sentimento de destituí-la. À LUTA!

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