segunda-feira, 6 de abril de 2009

segundo banço da greve do município de Natal

GREVE DO MUNICÍPIO: A RESISTÊNCIA DA BASE A REVELIA DA DIREÇÃO DO SINTE CONQUISTA UMA VITÓRIA!
Após a greve de 2006, cuja finalização causou muita revolta e insatisfação na base, a Direção do SINTE (PT e PC do B) não direcionou nenhuma política de organização e mobilização dos trabalhadores. Pelo contrário, trabalhou no sentido de desmotivar toda e qualquer organização e construção de greve. Exemplo claro foi a última assembléia de 2008, em agosto, em que logo após nenhum encaminhamento se concretizou, não houve discussão de pauta, e as escolas ficaram completamente abandonadas e sem visitas dos diretores do sindicato. Demonstração de que a intenção era eleitoreira, pois a Direção defendia Carlos Eduardo e apoiava a candidata Fátima Bezerra.
Os professores da rede municipal de Natal durante a greve que iniciou em 02/03 e terminou em 27/03, tiveram que lutar contra os governos de Lula e de Micarla; contra o Poder Judiciário e a Direção do SINTE. Apenas alguns diretores demonstraram inicialmente querer que a greve acontecesse, porém o problema é que durante toda a greve, como nas greves anteriores (exemplo da de 2006), a Direção do SINTE sempre está sintonizada com a desmobilização porque não encaminha as atividades aprovadas, não disponibiliza os recursos financeiros necessários, porque também não se prepara com antecedência para as greves e não adota uma política que fortaleça e amplie o (os) comando (os) de forma mais democrática. Esta direção em plena greve desrespeita de forma autoritária a vontade da categoria expressa democraticamente nas assembléias de base.
A PREFEITA REPRIMIU A GREVE. A CATEGORIA RESISTIU E VENCEU!
A prefeita e seu secretário trataram a greve no início com mentiras e ameaças e finalizaram recorrendo ao Poder Judiciário pedindo a ILEGALIDADE da greve. A Justiça, através do juiz Cícero Martins reconheceu que a greve era abusiva, decretou sua ilegalidade e sentenciou que os professores deveriam retornar às salas de aula imediatamente, sob pena do SINTE pagar multa diária de R$ 5.000,00. Porém não autorizou o Secretário e a Prefeita descontarem os dias parados por reconhecer que os professores exerciam o legítimo direito de greve assegurado na Constituição Federal. Diante de todos estes fatos, os professores em assembléia no dia 23 de março mais uma vez resistiram e de forma inédita na história de suas lutas aprovaram a continuidade da greve, contrariando também a direção do sindicato que queria o fim da greve.
O APRENDIZADO DA GREVE: A CONSTRUÇÃO DA CONSCIÊNCIA EM OPOSIÇÃO À DIREÇÃO DO SINDICATO.
Apesar da conjuntura adversa e das direções governistas dessas entidades sindicais, nossa greve, deu um salto na consciência dos professores do município. As experiências nas lutas transformaram a insatisfação e a desconfiança na direção do SINTE (composta por CUT e CTB) em oposição. Os professores demonstraram na prática que não dependem mais desta Direção para organizar suas lutas e que qualquer conquista, por menor que possa ser, a partir deste momento, só acontecerá quando a Burocracia governista da CUT e CTB for derrotada completamente.
Pelo fato dos professores lutarem contra tantos inimigos de classe e contra sua própria Direção, esta greve nos possibilita um grande aprendizado político sobre o movimento sindical ao mesmo tempo em que abre novas perspectivas de organização dos trabalhadores em educação, na construção de uma nova direção para o sindicato. Uma Direção radicalmente democrática, combativa, autônoma e independente de governos e patrões, que tenha firmeza na luta e combata as políticas de desmonte da educação pública, aplicadas pelos governos neoliberais. Direção esta que só será possível quando este grupo de oposição se transformar em um movimento amplo de oposição em toda a categoria.
INFORME-SE E PARTICIPE DO SEMINÁRIO DA OPOSIÇÃO DIA 25/04

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