sexta-feira, 3 de abril de 2009

greve continua


Alex Régis EDUCAÇÃO - Assembleia foi realizada na escola estadual Winston Churchill 03/04/2009 - Tribuna do Norte

A greve dos professores da educação estadual completa um mês sem perspectivas de terminar. Na manhã de ontem 700 professores reunidos na escola Winston Churchill decidiram manter a paralisação devido à proposta do Governo não contemplar os funcionários da educação – como porteiros e merendeiras - nem os docentes aposentados, uma faixa de 50% da categoria ter ficado sem nenhum acréscimo salarial e as gratificações pessoais terem ficado dentro do piso salarial apresentado.
Em assembleia, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte) agendou uma nova assembleia dos grevistas para a próxima segunda-feira (6), às 14 horas, no mesmo local.
O ideal, de acordo com a diretora do Sinte, Fátima Cardoso, seria o piso de R$ 1.132,47 para quem cumpre a jornada de 30 horas. A proposta atual coloca somente R$ 950 e insere as gratificações dentro dos salários. “O Governo se distancia e prejudica ainda mais os alunos”, afirma Fátima Cardoso. Ela acrescenta que conforme a lei 11.738, que institui o piso salarial da categoria, este deveria ser corrigido todo mês de janeiro, vinculado ao que determina o MEC.
Na proposta do Governo, 7 mil professores terão promoção vertical, que significa elevar seu grau, o que aumenta sua remuneração. Já a promoção horizontal, em que os professores evoluem de classe de acordo com o tempo de serviço, beneficiará 3.331 docentes.
Fátima Cardoso expõe ainda que o Plano de Cargos, Carreiras e Salários do magistério prevê paridade entre aposentados e ativos, o que não foi levado em conta pelo governo. Diante disso, o Sindicato planeja entrar com uma ação judicial para reivindicar esse direito dos docentes que estão inativos.
Escanteados
O professor aposentado Djanísio Barros disse ter ficado ofendido com a exclusão dos inativos na proposta governamental. “É um desrespeito com o Estatuto do Idoso”, reclamou ele.
Com uma bagagem de 32 anos dedicados às salas de aula, a professora Leonor Santiago se sentiu discriminada. “Os aposentados estão sendo castigados. Outras categorias que se aposentam, como os militares e o judiciário se beneficiam. Por que ficamos de fora?” questiona.
Secretário vai aguardar comunicado do sindicato
O secretário Ruy Pereira, através de sua assessoria, afirmou que está aguardando o documento oficial do Sinte comunicando a continuidade da greve. Após receber o comunicado, ele encaminhará ao comitê gestor do Governo que está tratando da negociação com os grevistas, composto pelo Gabinete Civil, Secretaria Estadual de Planejamento, Secretaria Estadual de Administração e Recursos Humanos e Secretaria Estadual de Educação.
Questionada sobre a continuidade da greve dos professores da rede estadual, a governadora Wilma de Faria disse que essa era uma situação inadmissível. “O governo sempre está aberto a dialogar com os professores sobre reajustes salariais, tem cedido no que pode. É inadmissível que professores que venham recebendo tudo nos últimos anos tomem atitudes como essa que prejudicam os alunos da rede pública”, disse.
Estudantes
Realizar o sonho de passar no vestibular de enfermagem na UFRN está mais difícil para Raniele Dias, que tem 17 anos e cursa o terceiro nível na Escola Estadual Atheneu. “Não dá para passar na UFRN sem aula”, conclui a jovem. Ela relata que desde o início do ano letivo tem ido à escola só para gastar vales-transporte, pois não há aula. No Atheneu, que atende apenas alunos de nível médio, só há cinco professores.

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