segunda-feira, 30 de março de 2009

ponto chave


Educação é ponto chave para disputa em 2010
29/03/2009 - Tribuna do Norte São Paulo (AE) -
Uma resposta política no xadrez eleitoral da campanha presidencial de 2010. Para pessoas ligadas à educação ouvidas pela Agência Estado, esse foi o significado da troca de comando no setor em São Paulo, com o ex-ministro Paulo Renato Souza assumindo o lugar de Maria Helena Guimarães de Castro. “Quando você circula nesse meio, fica impressionado com o quanto a campanha eleitoral já está nas ruas”, disse um educador que pediu anonimato. Nesse xadrez, do ponto de vista do governador José Serra, possível candidato tucano à Presidência, não há tempo a perder. O oponente, o governo federal, já deu mostras de que pretende capitalizar em cima do que considera sucessos no setor - ainda que a situação geral da educação no País continue para lá de precária. “A diferença é que a vida de ministro da Educação é bem mais fácil que a de secretário”, afirma Ilona Becskeházy, diretora-executiva da Fundação Lemann.Para Ilona, o ministro tem “vida fácil” porque não opera nenhuma grande rede de ensino. “As escolas federais atendem só 0,2% dos alunos do País. Vai pegar uma rede gigante, com aluno pobre, professores ruins, comprar briga com sindicatos...”Para Angela Soligo, coordenadora do curso de Pedagogia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a ex-secretária teve sua cota de erros, política à parte. “Mas é verdade que as propostas do governo federal avançaram mais que as do Estado, embora estejamos longe de resolver os problemas da educação”.Para sustentar seu argumento, Angela passa longe de carros-chefes do governo Luiz Inácio Lula da Silva, como o aumento do financiamento ao estudante, via ProUni, a expansão da rede de universidades e escolas técnicas federais ou a ampliação do Fundo de Desenvolvimento do Ensino Fundamental, criado por Paulo Renato, para o ensino básico, graças ao Fundeb. “O Ministério da Educação investiu bastante em cidades do Nordeste, com verbas e consultores.” Para ela, quem trabalhou em cooperação com o MEC se deu bem. “Enquanto isso, São Paulo adotou uma oposição clara às políticas federais. Avanços não chegaram aqui.”Angela também acredita que pesou na troca de comando em São Paulo a distribuição de material didático com erros de geografia. “Professores já vinham criticando a qualidade do material, até em sala de aula, e a secretaria se omitia”. Para Ilona, a questão dos erros é irrelevante. “O problema foi a ousadia da proposta da Maria Helena. Foi como colocar um trem-bala na bitola da Santos-Jundiaí. Talvez, se a eleição fosse só em 2011, ela continuasse.”

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