sexta-feira, 3 de julho de 2009

ELEIÇÕES SINTE-RN

Oposição Unificada apresenta balanço das eleições do SINTE-RN
O resultado das eleições do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Rio Grande do Norte (SINTE-RN) trará mais três anos de uma política governista para a categoria. A reeleição da direção do SINTE, organizada na chapa 1, foi marcada por uma forte utilização do aparato do estado durante o processo eleitoral, no qual a intenção da diretoria sempre foi garantir a vitória a qualquer custo.

Os mais de 20 anos de políticas neoliberais, implementadas pelos governos Collor, Fernando Henrique, Lula, Vilma, Carlos Eduardo e Garibaldi, bem como o controle do SINTE pelo PT de Fátima Bezerra e Mineiro, causaram muito desgaste da direção do sindicato diante da categoria. Entretanto, a presença do PT – aliado a todo tipo de partido – nas prefeituras e no governo do Estado acabou enganando a categoria durante o processo.

Nesta eleição, a disputa da Oposição Unificada contra a direção do SINTE deixou de ser apenas sindical e passou a ser institucional, isto é, nunca a diretoria do sindicato se apoiou tanto no aparato estatal como neste ano. O governo Vilma, várias prefeituras, dezenas de secretários municipais, vereadores, deputados federais e estaduais, a exemplo de Fátima Bezerra e Mineiro, se apresentaram durante a eleição para impedir – de todas as formas – que a direção governista do SINTE perdesse o controle do sindicato. Além, é claro, da forte estrutura material que garantiu a utilização de dinheiro, carros, telefones etc.

Contudo, essa virada dos aparatos institucionais para socorrer a chapa 1 demonstra que havia, de fato, um desgaste da direção do SINTE junto aos trabalhadores. Só não estava muito claro o grau desse desgaste e seus desdobramentos, como é o caso do grande número de desfiliações do sindicato.
Há, também, a avaliação de que apenas um dia de votação é insuficiente para que todos os associados cheguem até as urnas. Em um universo de quase 30 mil filiados, pouco mais de 12 mil votaram. A eleição de um só dia acabou excluindo parte dos trabalhadores que não estavam nas escolas ou impossibilitados de irem votar.

Outro ponto que merece atenção é o fato de a chapa 3, da CTB, ter rompido com o PT às vésperas da eleição. Os também governistas da CTB não conseguiram se firmar como alternativa porque a categoria não reconheceu neles uma oposição de verdade, o que acabou custando muito caro para a chapa 3.

Mas, apesar de não ter saído vitoriosa das eleições, a Oposição Unificada reconhece que esta foi uma campanha diferente. A eleição de uma comissão eleitoral comprometida em garantir a lisura do processo foi muito importante. Do contrário, o resultado teria sido produzido por um conjunto de fraudes.

A Oposição Unificada não sai dessa eleição com o sentimento de derrota, pois sabe que – mais do que das outras vezes – enfrentou um forte aparato estatal disposto a tudo para ajudar seus aliados. A Oposição sabe, também, que cresceu em algumas regiões e plantou sementes importantes no interior do estado. Neste sentido, tem como objetivo manter seu compromisso em defesa dos trabalhadores contra os governos e ampliar – ainda mais – o trabalho de base para levar a categoria até a vitória.

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