Vamos preparar grande dia de manifestações e paralisações em todo o país
Em reunião realizada na quarta feira passada (8/07), as Centrais Sindicais e os movimentos sociais mais importantes do país decidiram confirmar o dia 14 de agosto como um Dia Nacional Unificado de Lutas. Será a continuação da jornada realizada em 30 de março passado. As bandeiras fundamentais que serão o mote desta jornada são: Defesa do Emprego, Redução da Jornada de Trabalho Sem Redução Salarial, Defesa dos Salários e dos Direitos dos Trabalhadores, além de outras reivindicações que comporão as bandeiras definidas unitariamente para embalar este processo de mobilização.
Como não houve consenso em definir este protesto centralmente como um dia de paralisação nacional, serão realizadas manifestações de rua e também de paralisações, de acordo com a definição de cada uma das centrais e das entidades de base, a partir da opinião de cada uma delas e da disposição de luta dos trabalhadores em suas bases. O caráter unitário será marcado pelas manifestações conjuntas a serem realizadas nas capitais dos estados.
A Conlutas produzirá seu próprio material de convocação e divulgação do Dia Nacional Unificado de Lutas, na medida em que não houve acordo para a confecção de uma convocatória comum.
A disputa política em torno ao caráter dos protestos
As duas divergências que surgiram na preparação desta jornada (paralisações e manifestações ou apenas manifestações de rua, e a divergência sobre o conteúdo da convocatória) refletem a mesma disputa sobre o caráter destes protestos que já identificamos em 30 de março. A Conlutas e outros setores combativos do movimento, como a Intersindical, etc, defendemos um processo de lutas que além de enfrentar os capitalistas e sua ofensiva para descarregar nas costas dos trabalhadores o peso da crise, enfrente também o governo Lula e governos estaduais que tem sido aliados fundamentais dos banqueiros e patrões em todo este processo.
A maioria das demais Centrais Sindicais, presas aos seus compromissos com o governo, rejeitam essa linha e tentam limitar a nossa jornada a um protesto contra a ganância dos patrões (com o que estamos 100% de acordo), mas isentando o governo de sua responsabilidade ou mesmo apoiando-o.
Apesar das diferenças existentes entre as organizações do movimento, a unidade de ação para realizarmos um grande protesto dia 14 de agosto é fundamental para este momento da luta dos trabalhadores. Por isto é obrigação e tarefa primeira de todos nós impulsionarmos toda mobilização possível nesta data.
Mas identificar as diferenças que vem ocorrendo no movimento é importante para que não hesitemos em difundir todas as nossas opiniões e bandeiras, seja na preparação desta jornada, seja nas atividades do próprio dia 14. É necessário e é legitimo que o façamos, da mesma forma que é legitimo que as demais organizações também o façam.
Fortalecer as campanhas salariais e as lutas em curso é parte da preparação do dia 14
Estamos no inicio da campanha salarial dos metalúrgicos, dos petroleiros, correios, bancários, ao mesmo tempo em que temos a luta do funcionalismo federal (em particular a greve da previdência), as mobilizações dos servidores municipais, as lutas dos diversos movimentos populares, como a do MTST, etc. Precisamos cercar de solidariedade essas e impulsionar as que for possível.
Essas mobilizações que estão ocorrendo precisam culminar em uma grande mobilização nacional dia 14 de agosto. É muito importante que busquemos organizar (a partir das campanhas salariais, a partir das lutas dos municipários, a partir das lutas dos servidores federais e estaduais, dos movimentos populares, dos estudantes, etc) greves e paralisações em todos o país onde houver real disposição dos trabalhadores para tal. As mobilizações de rua, passeatas são importantes e devemos fortalecê-las, mas esse não pode ser o limite das mobilizações do dia 14.
Construir as atividades e fortalecer a presença da Conlutas
Devemos ter a iniciativa de buscar as demais Centrais Sindicais, buscar todos os sindicatos, os movimentos sociais em cada estado para discutir a organização das atividades do dia 14 de agosto. Devemos ser ousados e buscar imprimir uma dinâmica mais forte às atividades, nos apoiando nas mobilizações existentes.
Ao buscar as demais Centrais e entidades para organizarmos conjuntamente as atividades nos estados não devemos nos descuidar do conteúdo dos materiais de convocação. Não podemos trabalhar com o material assinado nacionalmente por elas. Onde não for possível um texto comum, onde entre também a nossa política em relação ao governo e a nossa visão da crise econômica, devemos ter nosso próprio material.
Levantar as bandeiras da Conlutas - A mobilização do dia 14 conta com um conjunto de bandeiras unitárias. No entanto, isso não significa que deixaremos de lado as demais bandeiras que compõem a plataforma da Conlutas. A começar pela exigência dirigida ao governo Lula, para que ele pare de ajudar as empresas e bancos, frente aos efeitos da crise, e garanta o emprego dos trabalhadores, editando uma lei que proíba as demissões.
Jornal especial da Conlutas – A Conlutas produzirá um jornal especial para convocar o Dia Nacional Unificado de Lutas e para a difundir suas opiniões e bandeiras. Este jornal deverá estar pronto e impresso na reunião da Coordenação Nacional que acontecerá no Rio de Janeiro, das 25 e 26 de julho.
*Extraído do site da Conlutas
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