segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Educação

Oposição Unificada convoca plenária para discutir situação da educação no RN
A Oposição Unificada decidiu convocar, para o próximo dia 29 de agosto, uma plenária com todos os membros do grupo e demais trabalhadores da educação no Rio Grande do Norte. A reunião ocorrerá na sede da Conlutas, na Av. Rio Branco, 762, centro de Natal, a partir das 15 horas. O objetivo da plenária é discutir a situação política da educação, organização, finanças e o Encontro Estadual de Educação da Oposição Unificada.
De acordo com o professor Ilo Fernandes, a ideia também é redobrar os esforços da Oposição na luta contra a direção governista do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Rio Grande do Norte (SINTE/RN). "Precisamos manter viva a chama dos ideais da Oposição Unificada e dar um basta na descrença e falta de esperança que assola nossa categoria.", afirmou.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

14 de agosto - Dia Nacional de Luta

Protestos e paralisações marcam o dia 14 em Natal


O dia nacional de luta começou cedo para os trabalhadores da capital do Rio Grande do Norte. Pela manhã, por volta das 8 horas, algumas categorias, como correios e bancários, lançaram suas campanhas salariais e paralisaram as atividades por uma hora. Durante as paralisações, os trabalhadores também protestaram contra as demissões, os baixos salários e em defesa dos direitos sociais. Ainda pela manhã, o MST ocupou o prédio do INSS de Natal para prestar solidariedade aos quatro servidores em greve de fome contra perdas salariais. A greve completou 25 dias no dia 14 e cada um dos trabalhadores já perdeu 10 quilos.


Passeata fecha avenida


As paralisações e os protestos ocorridos pela manhã eram a preparação para o grande ato de logo mais. Por volta das 15 horas, centenas de trabalhadores começaram a se concentrar no início da Avenida Rio Branco, uma das principais do centro da cidade, para realizar uma passeata. Organizada pela Conlutas, Intersindical, CTB, Força Sindical, CGT, MST e diversos sindicatos, a manifestação reuniu cerca de 1000 pessoas em protesto contra os governos e os efeitos da crise econômica. A CUT foi a única que não compareceu ao protesto.


Com faixas, bandeiras e carros de som, os manifestantes fecharam a avenida e seguiram em caminhada pelas ruas do centro até o Calçadão da Rua João Pessoa, onde o ato foi encerrado. Durante o protesto, muitas palavras-de-ordem podiam ser ouvidas. “Crise econômica, não pago não! Quero dinheiro pra saúde e educação!” e “Pra banqueiro é bilhão! E para o povo é só gripe e demissão!”, eram as mais cantadas. A corrupção no Senado também foi alvo de protestos. Muitos manifestantes exigiam o “Fora Sarney” e a constituição de uma câmara parlamentar única com mandatos revogáveis.


“Os culpados pela crise têm nome”


Ao contrário das centrais sindicais governistas, a Conlutas não poupou denúncias ao governo Lula, principal responsável pelos ataques aos trabalhadores. Alexandre Guedes, dirigente da Conlutas no estado, culpou Lula pelas mais de 800 mil demissões no país. “O governo Lula até agora só tomou medidas para salvar os banqueiros da bancarrota. Mas não tomou nenhuma medida para evitar as demissões e impedir que a classe trabalhadora pague os prejuízos. Nós acreditamos que os trabalhadores têm que ter uma saída para a crise e essa saída precisa ser socialista.”, defendeu.


Ao final do ato, o clima entre os estudantes e trabalhadores era de que o primeiro passo para construir uma jornada de greves havia sido dado.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

14 de agosto: dia nacional de luta

Sinte/RN Umarizal chama protesto para amanhã

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Rio Grande do Norte – Regional Umarizal convocou para amanhã, 14 de agosto, um ato público para protestar contra o desemprego, os baixos salários, a corrupção no Senado e a criminalização dos movimentos sociais. O chamado foi feito a todas as categorias de trabalhadores e organizações sociais do município que desejem lutar contra os efeitos da crise econômica e em defesa da valorização dos trabalhadores e do serviço público.

A concentração do ato será às 8 horas, em frente às escolas estaduais Zenon de Souza e 11 de Agosto. A manifestação promete, ainda, sair em passeata pelas ruas da cidade chamando os demais trabalhadores para se incorporarem ao protesto. O ato público é parte da jornada do Dia Nacional de Luta, convocado pelas centrais sindicais e movimentos sociais mais importantes do país.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

14 de agosto: dia nacional de luta

Centrais sindicais e movimentos sociais organizam jornada de lutas em Natal
Protestos vão preparar o clima para o grande ato do dia 14 de agosto
As centrais sindicais e os movimentos sociais mais importantes do país vão realizar nesta semana, em Natal, uma jornada de protestos que culminará no grande ato do dia 14 de agosto. A ideia é preparar o clima de lutas no Rio Grande do Norte, unificando diversas categorias de trabalhadores para enfrentar as demissões, a redução salarial e os governos.
O MST, a Conlutas, a Intersindical e a Assembleia Popular organizaram várias manifestações e debates que ocorrem entre os dias 11 e 13. Muitas categorias já começaram suas campanhas salariais e estão dispostas a unificar as lutas para combater os patrões e os efeitos da crise econômica. A preparação para o dia 14 não envolve apenas a cidade de Natal. Os trabalhadores de municípios vizinhos também estão se mobilizando, como é o caso dos servidores da educação de Ceará-Mirim, em greve desde o dia 22 de julho.
Alexandre Guedes, um dos dirigentes da Conlutas no Rio Grande do Norte, avalia a construção dessa jornada de protestos como um momento muito importante para a luta dos trabalhadores. “Essa jornada é fundamental para os trabalhadores. É parte de uma ação em resposta à crise econômica, mas também é contra os responsáveis por ela. Além das empresas e bancos, é preciso enfrentar os administradores do capitalismo, como é o caso do governo Lula”, defendeu.

domingo, 9 de agosto de 2009

Greve dos trabalhadores da educação de Ceará-Mirim segue firme

Os trabalhadores da educação de Ceará-Mirim estão dispostos a manter firme a greve iniciada no mês passado. No entendimento do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Ceará-Mirim (Sinte), a prefeitura não avançou muito nas negociações da última audiência, na sexta-feira passada. De acordo a coordenadora do sindicato, Ana Célia, “a pauta de reivindicações está longe de ser atendida”.

O prefeito Antônio Peixoto (PR) afirmou que pagaria 50% do 13º salário em setembro e que veria a possibilidade de atender o restante da pauta. No caso das denúncias contra os péssimos serviços da empresa que faz o transporte escolar, o prefeito disse que vai apurar os problemas. Sobre o reajuste salarial de 65% da categoria e o fim do contrato milionário com a empresa terceirizada Realce Terceirização e Construção, Antônio Peixoto afirmou apenas que consultaria o Tribunal de Contas para saber se seria possível o aumento de salário e a contratação de pessoal sem a empresa.

Quanto à questão da Insalubridade, a situação é a mesma das outras reivindicações. Continua sem avanços. A prefeitura disse que vai solicitar do Ministério do Trabalho um laudo para avaliar a necessidade ou não de pagar o direito. E a construção de refeitórios nas escolas do município só terá um cronograma no final de agosto.

O sindicato fará amanhã, às 8 horas, na sede do Sinte, uma assembléia de avaliação da audiência com o prefeito, além de discutir a continuação da greve, visto que as negociações não avançaram.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Crônica

Andando na prancha

JOÃO PAULO DA SILVA *

Embora a História oficial tenha documentado apenas um caso deste tipo de prática (no ano de 1829), reza a lenda que os piratas costumavam executar seus prisioneiros fazendo com que eles andassem sobre uma prancha até o encontro mortal com os tubarões. Se o método era uma forma recorrente ou não entre os corsários, pouco me importa neste momento. O que me interessa nessa história toda é a metáfora.
De tempos em tempos, o capitalismo é colocado para andar na prancha. Rebuliços econômicos, como este de agora, fazem parte de sua natureza paradoxal de produzir mais do que a sociedade pode consumir. A crise econômica é uma espécie de Frankenstein do capitalismo, responsável por agendar encontros periódicos entre o criador e a criatura. Quando isso acontece, os donos da festa vêem seus lucros diminuírem. E aí começa o pandemônio. Mas o fato dos capitalistas estarem andando na prancha não significa que, finalmente, eles vão nadar com os tubarões.
Demissões em massa, fechamento de empresas e redução de salários e direitos são algumas das formas encontradas pelo capitalismo para salvar a própria pele e retomar um novo período de lucros. É claro que o custo disso tudo é altíssimo, mas não tão alto para os magnatas. O aumento do desemprego, da fome, da miséria e da violência é sempre debitado na conta dos trabalhadores. Na história das crises do capitalismo, quem cria o problema não paga por ele. Faz os outros pagarem.
E pagar é realmente o termo que melhor se encaixa nessa tragédia toda. Desde que a turbulência econômica começou, o mundo já torrou trilhões na tentativa de salvar bancos e empresas de uma catástrofe maior. Detalhe: usando dinheiro público. Uma riqueza que não existe quando o assunto é aumentar os investimentos sociais. É incrível como esse pessoal sabe fazer mágica.
Nos últimos meses, executivos e governantes de muitos países vêm fazendo discursos efusivos, conclamando todos a se sacrificarem para tirar a economia mundial do buraco. Curioso: enquanto os bancos e as empresas estavam ganhando fortunas, ninguém chamou os trabalhadores para repartir o bolo. Agora, quando velhos fantasmas voltam a atormentar, eles aparecem com essa conversa de dividir os prejuízos.
Todos os dias o agravamento da crise faz o capitalismo andar um pouco mais sobre a prancha da História. Mas, para vê-lo realmente nadar com os tubarões, só falta mesmo alguém que dê um “empurrãozinho”.
(*) É jornalista