segunda-feira, 27 de julho de 2009

Ceará-Mirim

Trabalhadores em educação de Ceará-Mirim
fazem passeata e mantêm greve


Na manhã de hoje, 27, os trabalhadores em educação de Ceará-Mirim-RN, em greve desde o último dia 22, realizaram uma assembleia para encaminhar as próximas atividades do movimento. A categoria aprovou um calendário de lutas para o resto da semana e uma passeata, realizada logo após a assembleia. Como a prefeitura ainda não havia dado resposta sobre as reivindicações dos trabalhadores, também foi aprovada a manutenção da greve por tempo indeterminado. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Ceará-Mirim, a paralisação tem adesão de 90% da categoria.

Passeata demonstrou força da greve
A passeata que ocorreu depois da assembleia mostrou a disposição da categoria em continuar na luta até que as reivindicações sejam atendidas. Estudantes das escolas da redondeza também participaram do protesto.


Durante o ato, dezenas de trabalhadores tomaram a Avenida General João Varela numa caminhada em direção ao prédio da prefeitura. O protesto denunciou o descaso do prefeito Antônio Peixoto (PR) com a educação pública e reforçou a pauta exigida por professores e funcionários.

Com faixas e carro de som, a manifestação também se posicionou contra as demissões e a redução de salários e direitos, motivadas pela crise econômica. Uma das faixas dizia: “Não vamos pagar por nenhuma crise, nem mundial nem municipal.”. A palavra de ordem mais cantada na passeata era “Greve, sim! Prefeito quis assim!”.

Prefeitura desrespeita trabalhadores

O protesto seguiu até a prefeitura, onde se concentrou para exigir uma audiência com o prefeito. De acordo com o coordenador do sindicato, José Roberto Silva, o município tem recursos para atender às reivindicações dos trabalhadores, mas o prefeito prefere garantir o lucro da empresa terceirizada Realce Terceirização e Construção. Ainda segundo José Roberto, a folha de pagamento dos professores não chega aos R$ 900 mil. Entretanto, em maio, os gastos do município com a empresa chegaram a R$ 1 mi e 700mil, conforme documento fornecido pelo contador da prefeitura.


(Clique na imagem para ampliar)
Na opinião dos trabalhadores, Antônio Peixoto está desrespeitando a categoria, que já acumula 30% de perdas salariais e não pode ser penalizada pela Lei de Responsabilidade Fiscal que impede o aumento dos investimentos no serviço público.
Após muita pressão do lado de fora, a secretária de gabinete do prefeito aceitou receber uma comissão de representantes dos trabalhadores e marcou para amanhã, às 10 horas, uma audiência de negociação com a prefeitura.
Mas os professores e os funcionários da educação de Ceará-Mirim sabem da urgência de sua pauta e não estão dispostos a aceitar qualquer proposta. “Caso não haja avanço na pauta de reivindicações, a greve vai continuar.”, garantiu a professora Eliane Xavier.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Ceará-Mirim

Trabalhadores da educação de Ceará-Mirim entram em greve
Na última quarta-feira, 22, após a realização de uma assembleia, os professores e funcionários da educação de Ceará-Mirim entraram em greve. Entre as principais reivindicações da categoria, estão reajuste salarial de 65%, melhoria nas estruturas das escolas e ônibus escolares, inclusão dos funcionários no Plano de Cargos, Carreira e Salários (PCCS), adicional de insalubridade e atualização do PCCS dos professores.
De acordo com o coordenador do Sindicato dos Trabalhadores da Educação em Ceará-Mirim, José Roberto Silva, o prefeito Antônio Peixoto (PR) alega não ter dinheiro para atender às reivindicações dos trabalhadores. “Ele [o prefeito] diz que a arrecadação caiu, mas a prefeitura recebe do Fundeb R$ 1 milhão e 400 mil. Também foi contratada uma empresa terceirizada que em maio custou ao município R$ 1 milhão e 700 mil. Então, como não tem dinheiro?”, destacou.
O sindicato marcou para amanhã, às 8h, um ato público com o objetivo de divulgar a greve. A manifestação acontece na Feira de Ceará-Mirim, no Centro. E na segunda-feira, 27, será realizada uma assembleia para discutir as próximas atividades da greve.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Reunião da Coordenação Nacional da Conlutas acontece dias 25 e 26 no Rio e prepara dia 14 de agosto

A preparação do Dia Nacional de paralisações e protestos, em 14 de agosto, é um dos principais pontos de pauta
A reunião da Coordenação nacional da Conlutas acontece nos próximos dias 25 e 26, no Rio de Janeiro em meio a inúmeras e importantes atividades no movimento. Entre elas greve em categorias, campanhas salariais nacionais como metalúrgicos, bancários, petroleiros e trabalhadores dos Correios, eleições sindicais e congressos.

Apesar das tantas atividades, essa reunião é fundamental, principalmente para preparar a atuação da Conlutas no Dia Nacional de Lutas Unificado. Conforme defendeu na reunião das Centrais Sindicais, a Conlutas participa de protesto impulsionando greves e paralisaçõesond for possível. Queremos fazer desta data um grande dia de lutas. Para isso, é necessária a nossa organização.

Além desse, outros temas importantes serão discutidos como a reorganização do movimento, o balanço das atividades da Missão do Haiti no Brasil, o golpe em Honduras e as reuniões nacionais dos grupos de trabalho da Conlutas que aproveitam a reunião nacional para discutir política de atuação dos diversos setores que integram a central.

Abaixo, a pauta proposta para a reunião:

25 de julho – sábado

09 horas – Conjuntura (com informes das categorias que entram em campanha salarial no segundo semestre)13 horas – Almoço15 horas – Reorganização17 horas – Reunião dos GTs

26 de julho – domingo

09 horas – Prestação de contas e parecer do Conselho Fiscal11h30min – Internacional13 horas – Almoço15 horas – Informes dos GTs16 horas – Resoluções e Moções17 horas – Encerramento

Sobre o credenciamento: as Secretarias Executivas Estaduais receberão a listagem de suas respectivas entidades, com a indicação das que se encontram aptas a votar na reunião da Coordenação Nacional, de acordo com os critérios de participação e contribuição financeira. Essa resolução foi aprovada na última reunião da Coordenação Nacional.
*Extraído do site da Conlutas

14 de agosto: dia de luta

Vamos preparar grande dia de manifestações e paralisações em todo o país


Em reunião realizada na quarta feira passada (8/07), as Centrais Sindicais e os movimentos sociais mais importantes do país decidiram confirmar o dia 14 de agosto como um Dia Nacional Unificado de Lutas. Será a continuação da jornada realizada em 30 de março passado. As bandeiras fundamentais que serão o mote desta jornada são: Defesa do Emprego, Redução da Jornada de Trabalho Sem Redução Salarial, Defesa dos Salários e dos Direitos dos Trabalhadores, além de outras reivindicações que comporão as bandeiras definidas unitariamente para embalar este processo de mobilização.

Como não houve consenso em definir este protesto centralmente como um dia de paralisação nacional, serão realizadas manifestações de rua e também de paralisações, de acordo com a definição de cada uma das centrais e das entidades de base, a partir da opinião de cada uma delas e da disposição de luta dos trabalhadores em suas bases. O caráter unitário será marcado pelas manifestações conjuntas a serem realizadas nas capitais dos estados.

A Conlutas produzirá seu próprio material de convocação e divulgação do Dia Nacional Unificado de Lutas, na medida em que não houve acordo para a confecção de uma convocatória comum.

A disputa política em torno ao caráter dos protestos

As duas divergências que surgiram na preparação desta jornada (paralisações e manifestações ou apenas manifestações de rua, e a divergência sobre o conteúdo da convocatória) refletem a mesma disputa sobre o caráter destes protestos que já identificamos em 30 de março. A Conlutas e outros setores combativos do movimento, como a Intersindical, etc, defendemos um processo de lutas que além de enfrentar os capitalistas e sua ofensiva para descarregar nas costas dos trabalhadores o peso da crise, enfrente também o governo Lula e governos estaduais que tem sido aliados fundamentais dos banqueiros e patrões em todo este processo.

A maioria das demais Centrais Sindicais, presas aos seus compromissos com o governo, rejeitam essa linha e tentam limitar a nossa jornada a um protesto contra a ganância dos patrões (com o que estamos 100% de acordo), mas isentando o governo de sua responsabilidade ou mesmo apoiando-o.
Apesar das diferenças existentes entre as organizações do movimento, a unidade de ação para realizarmos um grande protesto dia 14 de agosto é fundamental para este momento da luta dos trabalhadores. Por isto é obrigação e tarefa primeira de todos nós impulsionarmos toda mobilização possível nesta data.

Mas identificar as diferenças que vem ocorrendo no movimento é importante para que não hesitemos em difundir todas as nossas opiniões e bandeiras, seja na preparação desta jornada, seja nas atividades do próprio dia 14. É necessário e é legitimo que o façamos, da mesma forma que é legitimo que as demais organizações também o façam.

Fortalecer as campanhas salariais e as lutas em curso é parte da preparação do dia 14

Estamos no inicio da campanha salarial dos metalúrgicos, dos petroleiros, correios, bancários, ao mesmo tempo em que temos a luta do funcionalismo federal (em particular a greve da previdência), as mobilizações dos servidores municipais, as lutas dos diversos movimentos populares, como a do MTST, etc. Precisamos cercar de solidariedade essas e impulsionar as que for possível.

Essas mobilizações que estão ocorrendo precisam culminar em uma grande mobilização nacional dia 14 de agosto. É muito importante que busquemos organizar (a partir das campanhas salariais, a partir das lutas dos municipários, a partir das lutas dos servidores federais e estaduais, dos movimentos populares, dos estudantes, etc) greves e paralisações em todos o país onde houver real disposição dos trabalhadores para tal. As mobilizações de rua, passeatas são importantes e devemos fortalecê-las, mas esse não pode ser o limite das mobilizações do dia 14.

Construir as atividades e fortalecer a presença da Conlutas

Devemos ter a iniciativa de buscar as demais Centrais Sindicais, buscar todos os sindicatos, os movimentos sociais em cada estado para discutir a organização das atividades do dia 14 de agosto. Devemos ser ousados e buscar imprimir uma dinâmica mais forte às atividades, nos apoiando nas mobilizações existentes.

Ao buscar as demais Centrais e entidades para organizarmos conjuntamente as atividades nos estados não devemos nos descuidar do conteúdo dos materiais de convocação. Não podemos trabalhar com o material assinado nacionalmente por elas. Onde não for possível um texto comum, onde entre também a nossa política em relação ao governo e a nossa visão da crise econômica, devemos ter nosso próprio material.

Levantar as bandeiras da Conlutas - A mobilização do dia 14 conta com um conjunto de bandeiras unitárias. No entanto, isso não significa que deixaremos de lado as demais bandeiras que compõem a plataforma da Conlutas. A começar pela exigência dirigida ao governo Lula, para que ele pare de ajudar as empresas e bancos, frente aos efeitos da crise, e garanta o emprego dos trabalhadores, editando uma lei que proíba as demissões.

Jornal especial da Conlutas – A Conlutas produzirá um jornal especial para convocar o Dia Nacional Unificado de Lutas e para a difundir suas opiniões e bandeiras. Este jornal deverá estar pronto e impresso na reunião da Coordenação Nacional que acontecerá no Rio de Janeiro, das 25 e 26 de julho.

*Extraído do site da Conlutas

sexta-feira, 3 de julho de 2009

ELEIÇÕES SINTE-RN

Oposição Unificada apresenta balanço das eleições do SINTE-RN
O resultado das eleições do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Rio Grande do Norte (SINTE-RN) trará mais três anos de uma política governista para a categoria. A reeleição da direção do SINTE, organizada na chapa 1, foi marcada por uma forte utilização do aparato do estado durante o processo eleitoral, no qual a intenção da diretoria sempre foi garantir a vitória a qualquer custo.

Os mais de 20 anos de políticas neoliberais, implementadas pelos governos Collor, Fernando Henrique, Lula, Vilma, Carlos Eduardo e Garibaldi, bem como o controle do SINTE pelo PT de Fátima Bezerra e Mineiro, causaram muito desgaste da direção do sindicato diante da categoria. Entretanto, a presença do PT – aliado a todo tipo de partido – nas prefeituras e no governo do Estado acabou enganando a categoria durante o processo.

Nesta eleição, a disputa da Oposição Unificada contra a direção do SINTE deixou de ser apenas sindical e passou a ser institucional, isto é, nunca a diretoria do sindicato se apoiou tanto no aparato estatal como neste ano. O governo Vilma, várias prefeituras, dezenas de secretários municipais, vereadores, deputados federais e estaduais, a exemplo de Fátima Bezerra e Mineiro, se apresentaram durante a eleição para impedir – de todas as formas – que a direção governista do SINTE perdesse o controle do sindicato. Além, é claro, da forte estrutura material que garantiu a utilização de dinheiro, carros, telefones etc.

Contudo, essa virada dos aparatos institucionais para socorrer a chapa 1 demonstra que havia, de fato, um desgaste da direção do SINTE junto aos trabalhadores. Só não estava muito claro o grau desse desgaste e seus desdobramentos, como é o caso do grande número de desfiliações do sindicato.
Há, também, a avaliação de que apenas um dia de votação é insuficiente para que todos os associados cheguem até as urnas. Em um universo de quase 30 mil filiados, pouco mais de 12 mil votaram. A eleição de um só dia acabou excluindo parte dos trabalhadores que não estavam nas escolas ou impossibilitados de irem votar.

Outro ponto que merece atenção é o fato de a chapa 3, da CTB, ter rompido com o PT às vésperas da eleição. Os também governistas da CTB não conseguiram se firmar como alternativa porque a categoria não reconheceu neles uma oposição de verdade, o que acabou custando muito caro para a chapa 3.

Mas, apesar de não ter saído vitoriosa das eleições, a Oposição Unificada reconhece que esta foi uma campanha diferente. A eleição de uma comissão eleitoral comprometida em garantir a lisura do processo foi muito importante. Do contrário, o resultado teria sido produzido por um conjunto de fraudes.

A Oposição Unificada não sai dessa eleição com o sentimento de derrota, pois sabe que – mais do que das outras vezes – enfrentou um forte aparato estatal disposto a tudo para ajudar seus aliados. A Oposição sabe, também, que cresceu em algumas regiões e plantou sementes importantes no interior do estado. Neste sentido, tem como objetivo manter seu compromisso em defesa dos trabalhadores contra os governos e ampliar – ainda mais – o trabalho de base para levar a categoria até a vitória.